Fonte: BBC
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira que o sistema de imigração do país está quebrado e voltou a defender uma ampla reforma nas leis imigratórias americanas.
“Para consertar nosso sistema de imigração falido, eu reafirmei meu profundo comprometimento em trabalhar com o Congresso de maneira bipartidária para aprovar uma ampla reforma das leis de imigração”, disse Obama, em um pronunciamento na Casa Branca ao lado do presidente mexicano, Felipe Calderón.
O tema da imigração e, em especial, a nova lei aprovada pelo governo do Estado do Arizona, foi um dos principais assuntos discutidos pelos dois líderes durante a visita de Calderón.
Em seu pronunciamento após o encontro, Obama criticou a lei do Arizona, que torna crime a presença de imigrantes ilegais no Estado e dá à polícia o poder de parar e revistar qualquer pessoa sob “suspeita razoável”.
“É um esforço equivocado, uma expressão equivocada da frustração com o nosso sistema de imigração quebrado e que criou temor em ambos os países”, disse o presidente americano.
Calderón fez duras críticas à lei, ao afirmar que, apesar de sua “enorme contribuição para a economia e a sociedade”, muitos imigrantes ainda vivem “nas sombras”, em situações como a do Arizona.
“Mantemos nossa firme rejeição à criminalização da imigração”, disse Calderón. “E nos opomos firmemente à lei do Arizona, em razão de seus princípios injustos, que são parciais e discriminatórios.”
A lei do Arizona foi assinada pela governadora Jan Brewer no fim de abril e deverá entrar em vigor apenas no dia 29 de julho, mas desde seu anúncio vem provocando polêmica dentro e fora dos Estados Unidos.
“Quero que todos saibam, americanos e mexicanos, que meu governo está observando a lei do Arizona bem de perto”, afirmou Obama.
Segundo o presidente americano, nenhum cidadão que obedece às leis do país, seja americano, imigrante legal ou turista, deve ser considerado suspeito simplesmente por causa de sua aparência.
Além da questão da imigração, os dois líderes discutiram também o tráfico de drogas e a necessidade de controlar o fluxo de dinheiro e armas ilegais para o México.
Obama disse que os Estados Unidos destinaram recursos “sem precedentes” em pessoal e tecnologia para garantir a segurança da fronteira entre os dois países.