Pepe Mármol, presidente da Associação Mundial de Comunicadores Católicos do Equador e editor do portal da Organização Católica Latino-americana e Caribenha (Oclacc), explica que o prêmio foi instituído há oito anos, em Curitiba, no Brasil, com o objetivo prestar o reconhecimento aos comunicadores com grande atuação na América Latina e Caribe.

“É um reconhecimento aos comunicadores que promovem a cultura da paz, a participação, uma cultura que defenda a democracia, a justiça e a solidariedade”, afirmou Mármol. O prêmio contempla duas categorias: Homenagem Póstuma e Trajetória em Vida.

Na categoria de “Homenagem Póstuma”, o evento reverencia dois grandes nomes de importância no contexto latino-americano: Monsenhor Leonidas Proaño, do Equador; e Monsenhor Oscar Arnulfo Romero, de El Salvador.

Seja nas homílias ou através da rádio YSAX, Oscar Romero não ganhou a alcunha de “A voz dos silenciados” à toa. O arcebispo de San Salvador aproveitava esses espaços para demonstrar sua preocupação com os excluídos, os sem direitos, e denunciava as violações aos direitos humanos sofridas pelos salvadorenhos. Romero foi assassinado em 24 de março de 1980, enquanto celebrava uma missa.

Monsenhor Leonidas Proaño deixou um grande legado. Em vida, procurou dar à comunicação um alcance mais humano, sobretudo no que diz respeito à questão dos povos indígenas do Equador. O “Bispo dos Índios” fundou e dirigiu revistas e implementou o sistema de Escolas de Radiofônicas Populares do Equador.

A diretora adjunta da Fundação Povo Índio do Equador, Imperatriz Montalvo, receberá – em representação a Monsenhor Proaño – o prêmio na noite de amanhã. Como diretora adjunta, ela afirma que é um momento de orgulho não só para a instituição, mas para todos os equatorianos e o mundo, receber esse reconhecimento. Segundo ela, trata-se de um grande ser humano que trabalhou pelos mais pobres e, sobretudo, pelos povos indígenas.

“Nós temos nossos direitos. O direito à terra, o direito a ter a nossa língua, o nosso território. São direitos fundamentais pelos quais Monsenhor Proaño lutou muito. E, passados tantos anos, podemos dizer que seus preceitos continuam vigentes”, afirmou Imperatriz.

Já na categoria “Trajetória em vida” receberão o prêmio o jornalista brasileiro, José Márquez de Melo, pesquisador e professor universitário, e fundador do Centro de Pesquisa da Comunicação da Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero; e o jornalista colombiano, Javier Darío Restrepo, especialista em ética jornalística e colunista e defensor do leitor de diversos jornais colombianos.