Pedro Ribeiro, membro da Coordenação do Movimento Fé e Política, iniciou sua fala a partir da palavra "caipira", que significa estar envergonhado. Segundo ele, é assim que chamamos o povo da roça, que nada mais é que o índio e o africano destribalizados, envergonhados pela perda da honra e da dignidade. Trata-se de alguém que perdeu sua tribo e assim, "o caipira entrou na sociedade envergonhado. Veio conviver com os seus colonizadores que, com a força militar, construíram um novo sistema em nome de uma civilização superior. Subjugaram povos com suas armas e os remanescentes das sociedades tribais formaram as periferias, girando em torno das hegemonias, do poderio central", disse o sociólogo.
Dessa forma, surgiram novos atores em meio aos sistemas hegemônicos, com movimentos sociais buscando a formação das consciências e não a conquista do poder. Veio o Fórum Social Mundial e ecoou o anúncio de que um outro mundo é possível. De acordo com o conferencista, ainda não se sabe que mundo é esse que se quer, mas já se sabe não ser possível retornar a um sistema construtivista que destrói o mundo.
O discurso sobre um sistema que promete atender a todos os desejos já não é mais credível, sendo uma utopia muito maior do que a utopia de se criar um sistema solidário. Nesse sentido, Pedro disse acreditar na capacidade transformadora dos movimentos sociais, pois são representantes da voz silenciada que aprendeu a murmurar e a dizer uma mensagem de esperança, considerando o Mutirão de Comunicação uma forma de ajudar a amplificar essa mensagem.
Após a conferência da manhã, foram anunciadas as abordagens e painéis do período da tarde, incluindo os seminários sobre "Políticas Públicas e Gestão da Comunicação no Estado", "Novos processos de comunicação nos diferentes atores sociais", "Meios públicos e direito à comunicação", e "Ética da comunicação na perspectiva de direitos", com apresentação dos respectivos coordenadores.
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