quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Comunicação: comunicação para aumentar a equidade ou as diferenças?

Categories: , , ,

Assessoria de Comunicação do Mutirão

Desde a primeira noite, com a palestra de Monsenhor Maria Celli, Presidente do Pontificio Conselho de Comunicação Social do Vaticano (PUCCS), ficou claro o tom que tomaria conta dos debates no Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe. “O objetivo deste encontro é importante e delicado. Impulsionar uma comunicação mais justa, solidária e pacífica”, definiu

Para Monsenhor, vivemos hoje numa sociedade de intensos contrastes “Há muitas potencialidades, avanços tecnológicos e organizativos. Mas como ignorar a enorme distância entre ricos e pobres? questiona. Nas zonas mais pobres, diz, alguns gozam de um super desenvolvimento baseado no consumismo, que contrasta de modo inaceitável com situações persistentes de miséria desumanizadora. “A comunicação é um fator importante que pode contribuir para uma maior equidade, ou, ao contrário, perpetuar as estruturas de injustiça e violência, produto das ideologias e prejuízos que escravizam o ser humano. A sociedade espera dos meios de comunicação grandes e pequenos, atitudes e compromissos responsáveis e as populações devem ser exigentes neste sentido”, acrescenta.

O representante do Vaticano lembrou o questionamento do Papa Benedicto XVI, em Aparecida, que perguntava como poderia a Igreja contribuir para a solução dos problemas sociais e políticos e responder ao grande desafio da pobreza e miséria. Para ele, tanto o capitalismo como o marxismo prometeram encontrar o caminho para a criação de estruturas justas e afirmaram que funcionariam por si mesmo. Mas estas promessas se mostraram falsas. “Por isto, este encontro pode ser uma ocasião também de realizar uma auto-avaliação sobre o serviço dos comunicadores católicos.

Para ele, o mundo assiste a um sistema comunicativo fluido, complexo e poliédrico. Os blogs e as redes sociais são espaços de encontro e difusão muito importantes, onde cada vez se produz e difunde mais informação. São espaços onde cresce a participação popular na dinâmica da comunicação, onde há eco dos pequenos e médios personagens, como sucedeu recentemente no Haiti. “Por isso urge a inclusão dos que estão fora deste diálogo social, para que possam expressar livremente e também com responsabilidade suas posições”.

Um mundo multimediático

O mundo informativo hoje é transversal, multimediático, imediato, praticamente incontrolável e efêmero. Cria uma nova cultura que incide na mentalidade contemporânea. Num mundo onde as comunidades são protagonistas de suas próprias transformações, deve-se impulsionar os processos, como rádios comunitárias e locais, de forma a fortalecer as novas formas de participação na política nacional e internacional, que tem lugar através da organização da sociedade civil.

“A comunicação na América Latina conta com uma potencialidade enorme, que outros continentes não têm. Nossa missão de comunicadores é trabalhar para que os povos tenham vida. Realizemos nossa comunicação com amor, respeito e apaixonada esperança. Homens e mulheres tem que ser ativos operadores da paz e tecedores de redes através dos meios de comunicação pequenos, pessoais ou de massa”, finalizou.

Spread The Love, Share Our Article

Related Posts

No Response to "Comunicação: comunicação para aumentar a equidade ou as diferenças?"

Postar um comentário